Hoje vamos analisar a dieta budista juntamente com o seu estilo de vida numa tentativa de levar o melhor dos seus costumes para o ocidente e, porque não, salientar os inconvenientes do seu estilo de vida.
Gostamos dos budistas. Esse aspeto simpático e um sorriso estampado no rosto 24 horas por dia e 7 dias por semana fazem com que simpatizemos com eles.
Índice
Um pouco de História
O budismo surgiu no século V AC algures na Índia oriental.
O seu fundador, Siddhartha Gautama o qual se transformou no próprio Buda (o iluminado), a quem centenas de milhares de pessoas em todo o mundo seguiriam mais tarde para acabar com o sofrimento das suas vidas.
Estilo de Vida
O estilo de vida budista foi descrito por diferentes normas de ética.
A diferença entre uma norma e um mandamento é que o segundo é obrigatório e o primeiro é recomendado (ponto positivo para os nossos amigos budistas).
Estas normas são as seguintes:
- Não tirarás a vida.
- Não tomarás aquilo que não te foi dado (não roubarás).
- Não terás um mau comportamento sexual.
- Não mentirás.
- Não consumirás substâncias tóxicas que turvem a mente.
Em que é que consiste a Dieta Budista?
A dieta budista é lacto-vegetariana.
Ou seja, inclui laticínios e derivados embora coloquem de parte outros produtos de origem animal.
Isto implica o cumprimento da primeira norma (não tirarás a vida). Embora existam escolas budistas que são mais flexíveis e comam animais desde que o animal não tenha sido sacrificado exclusivamente para essa pessoa.
Excluem totalmente o consumo de álcool e outros produtos tóxicos, uma vez que “turvam a mente” e poderão levar ao incumprimento de outras normas (outro pequeno ponto a favor para os nossos amigos sorridentes).
Jejum e meditação
Ultimamente toda a gente fala do jejum intermitente, embora os budistas o façam há cerca de 2500 anos sem que ninguém lhes tenha explicado o que é a autofagia.
Eles não querem usar biquíni nem perder esses 2 % de gordura corporal a mais. Não, eles praticam o jejum para fortalecer o autocontrolo e a vontade, o que me parece bastante louvável.
Além disso, limitam o consumo nas horas de Sol, o que à luz da evidência recente, pode ser benéfico para manter os nossos biorritmos saudáveis.
Outras práticas
O budismo não pode ser entendido sem falar em meditação, compaixão ou empatia.
Estas práticas tão intrínsecas à escola budista, também demostraram à comunidade científica que apresentam vários benefícios para a saúde:
- Maior concentração
- Maior sensação subjetiva de bem-estar
- Diminuição do stress
E muitas outras que se for do vosso interesse, poderei abordar numa outra publicação.
Vamos agora falar dos pontos fortes e menos fortes do estilo de vida budista.
Benefícios da Dieta Budista
Dieta baseada em vegetais
É uma dieta saudável se for bem abordada, e demostrou reduzir a ocorrência de várias doenças crónicas (entre elas a doença cardiovascular, número 1 em vítimas mortais).
O consumo abundante de polifenóis, antioxidantes, fibra, vitaminas e minerais juntamente com um consumo energético equilibrado fazem dela uma opção interessante aqui no ocidente.
Jejum intermitente
Como referi, os budistas são mestres do jejum intermitente, e beneficiam (sem saber) de todos os benefícios do mesmo.
É curioso como todas as tradições incluíram alguma prática de jejum.
Certamente que a paz de espírito (resultante do aumento temporal na concentração de corpos cetónicos) se encontra relacionada com o facto de “estar com Deus”.
Limitações da Dieta Budista
Mas nem tudo é perfeito. Vejamos:
Carências de nutrientes
Sabemos que determinados povos vegans ou vegetarianos têm níveis inferiores de nutrientes essenciais como a vitamina B12, ferro, vitamina D, Zinco ou ómega-3, todos eles presentes nas quantidades certas em alimentos de origem animal.
Consumo de proteína
Como qualquer dieta vegetariana, sem uma planificação adequada, chegar a uma quantidade de proteína adequada para prevenir (ou tratar) a sarcopénia pode ser difícil.
Falta de exercício de força
Quando referimos o budismo ou o seu estilo de vida, poucas vezes falamos de exercício físico.
Conclusões
Sendo inteligentes, teremos muito a aprender com a comunidade budista, e não apenas sobre a sua dieta.
Encontramo-nos na próxima publicação e vamos continuar a trabalhar!
Fontes Bibliográficas
- Lee Y, Krawinkel M. Body composition and nutrient intake of Buddhist vegetarians. Asia Pac J Clin Nutr. 2009.
- Craig WJ. Nutrition concerns and health effects of vegetarian diets. Nutrition in Clinical Practice. 2010.
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