Hoje vamos explicar um conceito que possivelmente já tenhas escutado, más se não, vais aprender algo “novo”: NEAT
Índice
- 1 NEAT: O que é
- 2 O que é o balance energético?
- 3 EAT E NEAT
- 4 O NEAT é o futuro?
- 5 Como medir o NEAT?
- 6 Por que tanta expectação sobre o NEAT?
- 7 Stop a obesidade
- 8 E qual é a melhor forma de prevenir a obesidade?
- 9 10000 passos ao dia
- 10 Mexa-se mais!
- 11 Conclusões
- 12 Fontes Bibliográficas
- 13 Entradas Relacionadas
NEAT: O que é
NEAT significa literalmente “Non-Exercise Activity Thermogenesis”.
Continuas sem saber o que significa verdade?
O que é o balance energético?
O balance energético é a relação entre a quantidade de energia que obtemos (normalmente a través da ingesta de alimentos), e a quantidade de energia que gastamos.
Esta relação se conceptualizou como teoria CICO (Calories IN -> Calories OUT) e é o modelos hierárquico que determina as mudanças na massa de gordura e a massa muscular a meio prazo.
Teoria CICO
Por isso eu gosto mais do conceito “Status energético”.
A teoria CICO é à base de qualquer variação do peso corporal a meio prazo:
CI > CO = Ganho de peso | CI < CO = Perda de peso.
Embora, como entre a entrada e a saída da energia há uma grande quantidade de factores que atuam sobre o balanço, é mais correto chamar de status energético. Na seguinte imagem pode representar de forma simples a diferencia entre ambos conceitos.
Figura I. CICO em dois contextos diferentes: O primeiro um modelo mecânico (bomba calorimétrica), e o segundo um modelo holístico (humano).
Da onde obtemos as calorias?
Dos alimentos, exclusivamente (salvo em doentes com nutrição parenteral).
E apesar de que existe aqueles que acreditam que com a luz do sol e água sobrevivemos, a verdade certo é que não é assim, pois carecemos da capacidade de sintetizar a nossa própria energia.
Onde gastamos as calorias?
Estamos acabando o background e chegando ao ponto chave para compreender rapidamente o que é o NEAT.
O nosso gasto energético esta compreendido entre:
- O gasto energético em repouso (está errado chamas taxa metabólica basal).
- O gasto energético por actividade.
- O efeito térmico dos alimentos (do qual pode ler mais aqui).
- Outros gastos marginais não categorizados anteriormente (por exemplo, as flutuações emocionais).
Em um período de tempo determinado.
Figura II. Determinantes do gasto energético total diário (TDEE). BMR: Taxa metabólica basal; REE: Gasto energético em repouso; NEAT: termogénese por actividade física sem exercício; EAT: Termogénese por exercício físico; TEF: Termogénese alimentaria; NREE: Não-Gasto energético em repouso. (Trexler, Smith-Ryan, e Norton, 2014).
EAT E NEAT
Já chegamos no EAT e NEAT são os dois fatores que unidos constituem o nosso gasto energético por actividade.
EAT significa Exercise Activity Thermogenesis, e NEAT significa Non-Exercise Activity Thermogenesis.
A diferencia radica na determinação do conceito “exercício”.
O primeiro que nos ensinam quando estamos na licenciatura de Ciências do Desporto e da Actividade Física é a diferenças entre a actividade física e o exercício físico, (e o desporto):
- A actividade física são o conjunto de ações que produzem um gasto energético derivado da contracção musculoesquelética e a produção do movimento.
- O exercício físico é a actividade física, consciente e planificada, que se realiza para melhorar um ou vários aspectos da nossa condição física.
- “Vou a perder o autocarro e corro 200m para não ter que esperar o seguinte” = Actividade Física.
- “Quero melhorar a minha capacidade cardio respiratória e hoje tenho que fazer séries de velocidade de 200m” = Exercício Físico.
O EAT é o gasto energético do exercício físico; e o NEAT é o gasto energético do resto da actividade física que não é exercício físico.
Agora sim percebeste, verdade? Já que tem lógica o Non-Exercise Activity Thermogenesis.
O NEAT é o futuro?
O NEAT não é algo essencial, não é um falho da matriz…
E apesar de que em muitos lugares vais a ler titulares similares a:
O NEAT, a estratégia definitiva para a perda de gordura!
Sinto muito mas se o CI- é maior que -CO, vais a continuar engordando embora o teu NEAT seja desproporcionado, estes titulares não fazem mais que confundir o leitor.
Como medir o NEAT?
O autêntico NEAT se mede a través de uma simples equação que integra complexas provas de estimação do gasto energético em repouso, a quantificação do gasto energético pelo exercício físico, a calorimetría pós-ingesta com o fim de determinar o TEF…
Por que tão complexo?
Porque… Como medir o gasto energético aplaudindo, de rir, de um tic nervoso…? Isso também é o NEAT.
Obviamente, por motivos praticos o NEAT medi, usualmente, na base ao tempo activo ao longo do dia (a través de um acelerómetro), ou o número de passos diários (a través de um podómetro)
Já que a quantidade do tempo caminhando é o principal contribuinte ao nosso NEAT diário.
Por que tanta expectação sobre o NEAT?
Porque sabemos que a actividade física é um factor importante na prevenção da morbimortalidade prematura.
Actualmente estamos vivendo o fenómeno social do maior aumento da obesidade a nível mundial.
Todas as regiões do mundo (salvo África Central, e Ásia Meridional) estão experimentando este fenómeno: |
Estes são os dados…
Stop a obesidade
Sabemos desde sempre que a obesidade é uma metabolopatía desencadeante de outras metabolopatías tais como: Diabetes Mellitus tipo II, dislipemias que conduzem acidentes cardiovasculares, dano endotelial e doenças vasculares independentes do perfil lipídico, insuficiência cardíaca, neurodegeneração induzida por lipotoxicidade…
Ser obeso é uma condena a morte prematuro. Exagero?
“De facto, a obesidade é um dos factores de risco mais importantes de evitar com significação na morbilidade e a mortalidade prematura, resultando em uma menor qualidade de vida, elevando o desenvolvimento da invalidez, e esperança de vida reduzida em uma media de 7 anos”
Von Loeffelholz e Birkenfeld, 2000
Reduzir o tecido adiposo e, sobre tudo, controlar o nosso peso corporal é a chave para a nossa supervivência ao longo prazo.
Figura VI. Risco de mortalidade por accidentes cardiovasculares entre percintil da IMC (esquerda), % gordura corporal (centro), e índice da massa gordura (direita). Adaptado de Ortega et al. (2016).
E qual é a melhor forma de prevenir a obesidade?
Comendo menos e exercitando mais.
A Organização Mundial da Saúde sabe, e por isso as recomendações actuais consistem em manter um mínimo de 150 minutos de exercício físico a semana a intensidade moderada, ou 75 minutos de exercício físico a semana a intensidade vigorosa.
Coloca os ténis e vamos para o gym para treinar!
10000 passos ao dia
Tudor-Locke e Bassett (2004) estabeleceram o corte de 10000 passos ao dia para poder considerar “activa” uma pessoa. 10000 passos ao dia…
Se o teu trabalho consiste em estar sentado em um escritório o dia todo, pode ser complicado alcançar esse numero de passos.
Presta atenção:
Como ele (e os seus colegas) achavam que ser fisicamente inactivo era um factor contribuente para o desenvolvimento de patologias potencialmente letais fizeram uma coisa:
1. Buscarão em todos os meios de transporte público de Londres.
2. Recrutaram um total de 31.000 trabalhadores (revisores e motoristas)
3. Foram controladas durante alguns anos.
Figura VII. Proporção de mortes anuais por cada 1000 indivíduos. Motoristas em cima, Revisores em baixo. (Morris y Oxfd, 1953).
Os revisores tinham um NEAT altíssimo, enquanto que os motoristas… No.
Mexa-se mais!
- Leva o cão a rua,
- Sobe escadas,
- Vá ao trabalho em bicicleta,
- Faz as tarefas domesticas, e
- Ri muito ao longo do dia.
A tua saúde (e os teus abdominais) vai agradecer!
Conclusões
- O NEAT é o gasto de energia da actividade física que não é gasto voluntariamente para melhorar o estado físico.
- O NEAT é uma das duas componentes do consumo de energia por actividade física e um dos principais contribuintes para o consumo diário de energia.
- O limite entre activos/inactivos é de 10.000 passos por dia.
- Não se esqueça que caminhar não é suficiente, precisa atingir intensidades moderadas/forçadas de atividade física para melhorar a sua saúde – não há nada melhor do que agarrar um bar e fazer alguns agachamentos!
Coloca os ténis e a fazer exercício!
Fontes Bibliográficas
- Blair, S. N. (1989). Physical fitness and all-cause mortality. A prospective study of healthy men and women. JAMA: The Journal of the American Medical Association, 262(17), 2395–2401.
- Blair, S. N., Kohl, H. W., Barlow, C. E., Gibbons, L. W., Paffenbarger, R. S., & Macera, C. A. (1995). Changes in Physical Fitness and All-Cause Mortality: A Prospective Study of Healthy and Unhealthy Men. JAMA: The Journal of the American Medical Association, 273(14), 1093–1098.
- Cadenas-Sanchez, C., Intemann, T., Labayen, I., Artero, E. G., Alvarez-Bueno, C., Sanchis-Moysi, J., … Ortega, F. B. (2019). Prevalence of severe/morbid obesity and other weight status and anthropometric reference standards in Spanish preschool children: The PREFIT project. Pediatric Research.
- Chung, N., Park, M.-Y., Kim, J., Park, H.-Y., Hwang, H., Lee, C.-H., … Lim, K. (2018). Non-exercise activity thermogenesis (NEAT): a component of total daily energy expenditure. Journal of Exercise Nutrition & Biochemistry, 22(2), 23–30.
- Kokkinos, P., Sheriff, H., & Kheirbek, R. (2011). Physical inactivity and mortality risk. Cardiology Research and Practice, 1(1), 924945.
- Lee, D. chul, Artero, E. G., Sui, X., & Blair, S. N. (2010). Mortality trends in the general population: the importance of cardiorespiratory fitness. Journal of Psychopharmacology (Oxford, England), 24(4 Suppl), 27–35.
- Morris, J. N., & Oxfd, M. A. (1953). Physical Activity of Work. Transport, 21(6795), 1111–1120.
- Ortega, F. B., Sui, X., Lavie, C. J., & Blair, S. N. (2016). Body Mass Index, the Most Widely Used but Also Widely Criticized Index Would a Criterion Standard Measure of Total Body Fat Be a Better Predictor of Cardiovascular Disease Mortality? Mayo Clinic Proceedings, 91(4), 443–455.
- Trexler, E. T., Smith-Ryan, A. E., & Norton, L. E. (2014). Metabolic adaptation to weight loss: Implications for the athlete. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 11(1), 7.
- Tudor-Locke, C., & Bassett, D. R. (2004). How Many Steps/Day Are Enough? Preliminary Pedometer Indices for Public Health. Sports Medicine, 34(1), 1–8.
- Von Loeffelholz C, Birkenfeld A (2000). The Role of Non-exercise Activity Thermogenesis in Human Obesity. In: Feingold KR, Anawalt B, Boyce A, et al., editors. Endotext [Internet]. South Dartmouth (MA): MDText.com.
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